Budapeste, 25 de novembro de 2016.
Acordamos cedo para pegar o trem das 7h42 horas na Wien Hauptbanhof, Viena, com destino a Budapeste, em 2h40 de viagem. Nossas passagens foram compradas com antecedência, no dia em que chegamos a Viena, e já nesse dia quase todos os tickets para viajar sentado já estavam vendidos. Por sorte conseguimos os nossos, com retorno um pouco mais cedo do que o desejado, às 17h40.
As passagens de ida e volta custaram 60 Euros por pessoa. Pelo que nos disse a atendente do guichê da ÖBB, companhia federal austríaca de transporte ferroviário, é grande o fluxo de passageiros nesse itinerário, já que há muitos cidadãos que residem numa cidade e trabalham em outra, ou que passam a semana em uma a trabalho e voltam para casa nos finais de semana.
Desembarcamos depois de aproximadamente 2h30 na Estação Keleti, a principal da cidade. A poucos metros da Keleti, pegamos o metrô até a estação Ferenc Ter, que fica próxima à movimentada e comercial Vaci Útca, uma das mais famosas avenidas da cidade.


Na Hungria a moeda vigente é o Florin, e não o Euro. Como carregamos nosso cartão Visa Travel com Euros, pagamos todas as compras na Hungria com ele, que na transação, já faz a conversão automática das moedas, sem necessidade de irmos à casa de câmbio. E, no mais, para usar um banheiro ou algo de menor monta, os estabelecimentos aceitavam tranquilamente as moedas de Euro mesmo.

A propósito, nesta época, 1 Euro está valendo 2.000 Florins Húngaros. Outra informação básica é que Budapeste se divide em duas partes, cortadas pelo Rio Danúbio: à direita o lado Peste, e à esquerda o lado Buda.

Da Vaci Utca lá já avistamos a cúpula da Basílica de Santo Estêvão, o santo mais famoso da Hungria juntamente com São Mathias e, virando uma ou duas esquinas, entramos para visitar esse majestoso cartão-postal, mediante o pagamento de 2 Euros.

Ainda meio perdidos sobre como nos locomover na cidade (tínhamos comprado os passes individuais do metrô com validade de 1 dia), nos deparamos com vários ambulantes vendendo passagens dos ônibus Hop On Hop Off.

Considerando a dificuldade com o idioma no quesito identificação dos pontos turísticos de acordo com as estações de metrô mais próximas, decidimos ir ao escritório do City Tour, e compramos nossos bilhetes Hop On Hop Off por 13 Euros cada um. Por conselho do atendente, já que só dispúnhamos de cerca de oito horas na cidade, utilizamos apenas duas das 5 linhas incluídas no roteiro que eles oferecem.


Nosso tour começou pelo lado “Peste” da cidade, de uma rua nas costas da Basílica de Santo Estêvão e, após fazer os balões e retornos viários, seguiu pela Av. Andrássy. Nos ônibus são distribuídos fones de ouvido descartáveis que acoplamos em entradas ao lado do banco, para ouvirmos a gravação que conta sobre cada ponto turístico percorrido. Passamos pela Ópera, e por uma importante Sinagoga. Ainda percorrendo a avenida Andrássy até o fim, descemos na Praça dos Heróis, ou Hosök Tere, em bom húngaro. É uma bela esplanada com uma praça e grandioso monumento que homenageia as sete tribos que formaram o povo magiar. Ao fundo, uma pista de patinação e a vista de alguns palácios, sendo um deles o Vajdahunyad, ou Museu da Agricultura Húngara.
Nessa parada há uma espécie de ponto de apoio com restaurante e lanchonete, onde se pode utilizar o lavatório. Após uma essa breve pausa, tomamos o ônibus com destino novamente ao centro da cidade, passando por pontos como o icônico New York Café, um dos melhores do mundo. Infelizmente não entramos para vê-lo por dentro, o que foi uma pena.

Saltamos alguns pontos depois, próximo à Ponte Erszébet (Ponte Elizabeth, em homenagem a Sissi, Imperatriz da Áustria e Rainha da Hungria) e, consequentemente, da margem do Danúbio. Naquele ponto, o Hop On Hop Off estava oferecendo como cortesia aos passageiros uma caneca de goulash, o delicioso ensopado húngaro, e uma cerveja. Era só se dirigir até o estabelecimento mencionado no livreto. Mas como pretendíamos realmente almoçar, optamos pelo Nika Restaurant, que fica na Kossuth Lajos utca 7-9, onde cada um comeu um prato executivo bem “gourmetizado”, com refrigerante. O almoço assim saiu a 32.000 Florins, ou 16 euros por pessoa.


Saindo do restaurante, atravessamos a rua para pegar novamente o nosso ônibus, dessa vez a linha amarela, que nos levaria ao lado Buda da cidade. Desembarcamos ao pé do Funicular, cujo ticket para subida, que é barato, já estava incluso em nosso Hop On. Existe a possibilidade de se fazer a subida a pé, mas devido à nossa escassez de tempo, optamos pela solução mais rápida.
No lado Peste estão belíssimos cartões postais da capital húngara. Logo que saímos do funicular, avistamos o Castelo de Buda, a Biblioteca Nacional e o Museu de História de Budapeste, sendo que no local circulam guardas fardados que fazem a marcha de troca de turno ao som de surdos e taróis e tudo o mais. Belo espetáculo!


Caminhando para a direita por ruazinhas muito bonitinhas e com bom comércio de artigos regionais, como as famosas bonequinhas em trajes típicos húngaros, chega-se a duas importantes atrações: a Igreja de São Mathias e ao seu fundo, o Bastião dos Pescadores.


A Igreja de São Mathias possui os belos telhados em mosaico colorido, tal como a Catedral de Santo Estêvão de Viena. Ela foi palco da coroação de Sissi e Francisco José como monarcas da Hungria em 1867, quando da unificação do Império Austro-Húngaro. Unificação essa que foi habilmente costurada pelo Conde Gyula Andrássy, Primeiro-Ministro húngaro do reinado de Franz e posteriormente Ministro das Relações Exteriores da Áustria, que empresta seu nome à já mencionada avenida – uma das principais de Budapeste.

Logo atrás, tem-se a mais bela vista da cidade, a partir do Bastião dos Pescadores. Foi de lá, (e somente de lá, já que o ônibus não passava em frente) que avistamos o Parlamento húngaro, edificação indescritível de tão bonita, refletindo como que num espelho d’água do Danúbio. É possível visitar o Parlamento por dentro, mediante aquisição antecipada de ingressos.

O Bastião dos Pescadores (Halászbástya) é, portanto, uma espécie de mirante composto de sete torres, novamente em lembrança das sete tribos magiares, erguido no final do século XIX.
Grande parte da vista é gratuita, mas há uma varanda cuja visita deve ser paga. Experimentamos somente a parte gratuita, até porque o monumento estava sob reforma na época de nossa visita. Do Bastião é possível descer uma escadaria que conduz novamente às margens do Danúbio. Já começava a escurecer por volta das 16 horas. Voltamos para o ponto de descida do funicular, assistimos rapidamente à troca da guarda do Castelo e descemos para aguardar nosso Hop On.

Tínhamos que estar por volta das 17h30 na estação Keleti para pegarmos o trem de volta a Viena, e ao embarcarmos no ônibus, encontramos um trânsito daqueles a que estamos acostumados no Brasil. Com um engarrafamento desesperador, descemos no ponto próximo ao Mercado Central, onde pegamos o metrô para a estação Keleti, que, como dito, não é integrada subterraneamente com o metrô: é preciso sair do metrô, caminhar por uns cem metros pela rua e acessar a Keleti.



O bate-e-volta a Budapeste foi apenas uma amostra de tudo o que a cidade tem a ser apreciado.
Ficaram de fora a visita ao New York Café e as Termas de Géllert – apenas uma (talvez a com arquitetura mais bonita) entre as tantas exóticas casas de banhos termais de Budapeste. Isso sem falar da vontade de entrar nos museus do complexo do Castelo de Buda, Sinagogas e mercado popular, e ainda fazer o passeio de barco ao entardecer pelo Danúbio. Com certeza um dia voltaremos!
De volta a Viena, demos uma passada no Café Sacher, do Hotel Sacher, porque não podíamos seguir viagem sem antes experimentar a Torta Sacher (pronuncia-se algo como “Zarrer”), a mais famosa iguaria da Áustria no que diz respeito a doces.


Um pedação de bolo de chocolate meio amargo com cobertura e recheio! A original é a produzida pelo Hotel Sacher, mas pela cidade pode-se encontrar a torta nas mais diversas confeitarias.
No dia seguinte, partiríamos para Praga!
Por Letícia com texto e publicação de Cristiano, do casal de mineiros de Belo Horizonte, que acredita que viajar é um jeito divertido de conhecer outras culturas, com muita fotografia, mapas riscados, planos feitos, além de vários contos e diários conquistados e compartilhados.
@oplanodevoo
/cidadesdeoutrora
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Sensacional! Explicativo, ilustrado e delicioso de ler. Obrigado por compartilharem suas experiências!
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Obrigada Alessandro! Um elogio seu vale por dez! Um abraço dos seus seguidores Letícia e Cristiano.
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Boa Noite, a estação Keleti é sinalizada com painéis? Você fez o percurso pela OBB, com passagens compradas pela internet? isso? Precisa validar o bilhete? Ou apenas apresenta- lo no trem?
Não falo inglês, sou medroso, grato.
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Olá Gilson, desculpe pelo mega atraso na resposta. Budapeste foi um bate-volta de Viena por trem. O inglês é muito importante, até pela língua local bem diferente do português. Tem sinalização sim mas não tão eficiente quanto na França, Itália, Áustria… um pouco mais precária. Recomendo muito estudar as rotas e chegar com antecedência para ter tempo de se localizar na estação. Nossa volta foi muito tranquila pois chegamos, localizamos o trem e entramos, considerando que já tinhamos os vouchers.
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